terça-feira, 2 de junho de 2009

circuladô de fulô

“Circulado de fulô, ao deus ao demo dará, que deus te guie porque eu não posso guiá”.

Haroldo de Campos/Caetano Veloso

Alguém sabe onde estão as instalações de Rodolfo Atahyde? Onde posso encontrar os primeiros trabalhos de Diógenes Chaves? Vocês me dão o paradeiro dos trabalhos realizados entre 1979 e 1983 no Núcleo de Arte Contemporânea? Porque não temos praticamente nada de Antônio Dias? Porque não vemos nenhum trabalho da série dos títulos em latin de José Rufino? Porque não temos uma parede com as fotografias da performance de Chico Pereira em “Um dia de sol”? Será que eu mostrarei algum trabalho da série “desenhos secretos” de Fabiano Gonper a alguma criança?

A arte, como diz Roland Barthes, surge entre a memória e a liberdade e o que existe em nossa cidade é um vácuo da presença visual de alguns pilares artísticos. Que referencial um artista que não segue uma pesquisa estética na linha figurativa, armorial, pictórica e naif pode ter em nossa cidade?

Enquanto isso, me perco, dançando como um cego, ouvindo o som urbano sampleado entre jazz, coco, caboclinho de Chico Correia, os ritmos afros do Burro Morto e a discotecagem de Verdeee no Espaço Mundo.

Roncalli Dantas

4 comentários:

  1. Agora fiquei com vontade de ver-ler-contemplar-visitar o que nunca vi. Enquanto isso, vou ouvindo circuladô e burromorto para ver se passa a tal vontade.

    =p

    Ah, adicionei teu blog!

    :)

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  2. Eu compartilho com você essa curiosidade. Onde estão tais obras de tais artistas? Talvez são Google nos diga melhor do que a terra que gerou os mesmos.É engraçado como pouco sabemos da nossa propria cultura...E os questionamentos ainda vão ecoar muito sem resposta, viu?

    belo texto, ronc!

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  3. Para quem quer conhecer um trabalho de José Rufino, tem um no hotel Verde Green, no bairro de Manaíra.

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