sábado, 31 de outubro de 2009

Notas de esquecimento







Enquanto a pintura contém o tempo dos gestos manuais marcados nos suportes, a fotografia guarda apenas o tempo do corte, do disparo. 
Essa limitação gestual fragiliza a fotografia como arte e ao mesmo tempo revela sua especificidade como linguagem, em que o artista passa a equilibrar-se na corda bamba entre o tempo contínuo e o instante do passado fixado, contido no presente em suas imagens impressas.

É sobre a elasticidade desse tempo entrecortado e fixo que Iris Helena desenvolve sua pesquisa artística. Para ela não interessa apenas o flagra, o instante mágico ou a eloqüência da imagem. A sua busca verdadeira é sobre o questionamento da extensão temporal da imagem banal, cotidiana. Daí a utilização de suportes frágeis que remete a diferentes temporizações. Suas imagens urbanas em post its na Aliança Francesa ou das ruínas em papel higiênico no NAC são metáforas, refletindo a manipulação consciente sobre memórias e esquecimento.

roncalli dantas

3 comentários:

  1. roncalli, muito obrigada pelo lindo texto.
    Nao preciso dizer que fiquei emocionada.
    É muito bom ver as coisas caminhando tao belamente...e de quebra nessa mesma caminhada feliz encontrar pessoas tão especiais feito você para dividir os sentimentos.

    grande beijo, querido ;*

    ResponderExcluir
  2. Olá Íris. Sou Amanda Falcão, e trabalho no propgrama Dievrsidade da TV Itararé. Achamos muito interessante seu trabalho, teria como você nos repassar seu contato pra vermos a possibilidade de uma entrevista?

    Agradecidos,

    Dpt. Programação (TV Itararé)
    (83)2101-8211

    ResponderExcluir